domingo, 21 de novembro de 2010

Vovo

Hoje minha avoh veio tomar cafe da manha com minha familia.
Nao consigo entender o rancor dentro de seu coracao.
Na verdade eu entendo e morro de medo dele.
E como se alguem que voce ama muito, lhe causou uma dor que permanece no coracao atacando todos novos amores, destruindo a fraternizacao.
Meu avo, ex marido dessa avoh passou por muitas pedras no seu caminho, e algumas a base de dinamite.
Com explosoes, nada se atreve a ficar em nossa frente. Mas deixamos de aprender o caminho por volta das pedras.
Eu nunca abracei esse meu avo durante a infancia.. A poucos anos a familia quebrou o gelo das brigas do passado e aqueceu um pouco o coracao de cada um.
Dois tapinhas no ombro.

Eu tenho medo de acabar assim por causa das dores que sinto por quem admiro muito e por quem gosto de amar. Sinto que minha raiva cresce quando passam despercebidos pelos meus atos de amor. Meus choros de alegria por pequenas coisas que deveriam ser compartilhadas. O ridiculo fazendo da minha realidade aceita pelos outros.

Meu sangue esquentou quando cuspiram na minha cara. Meu sangue esquentou mas eu nao me deixei levar pela raiva. Nao vou ser mais um membro da familia a se arrepender pelos atos cometido.

Eu abraco meus avos com todo amor que tenho e recolho todos cacos de seus coracoes, beijo eles e colo de volta em seus peitos.
Dois tapinhas no ombro, e um passo de cada vez.